Qual a origem e cuidados a ter com a Alimentação vegetariana

Alimentação vegetariana

Na origem desta dietética, encontra-se uma corrente de pensamento que glorifica a natureza, através da confiança nos processos e nos alimentos naturais, do respeito pela vida animal. Também algumas correntes religiosas, filosóficas e morais exaltaram, por diversas vezes, os eventuais benefícios espirituais do vegetarianismo e contribuíram, dessa forma, para difundir a sua prática.
No Ocidente, o vegetarianismo teve um grande desenvolvimento com a fundação, na Grã-Bretanha, em 1847, da Vegetarian Society. Mas, no Oriente, as raízes são milenares, já que as suas origens remontam, ao que parece, ao séc. VI a.C, tendo surgido ligado à crença na reencarnação: não se deve matar, mesmo que seja para comer, um animal em que talvez esteja a alma de um antepassado. Mas, mesmo no seio do Cristianismo, os monges atestam os benefícios do vegetarianismo, enquanto prática ascética propícia à moderação das pulsões e paixões, Actualmente, os defensores do vegetarianismo não consomem carnes mortas, sob nenhuma forma.

No entanto, os sistemas que dele se reclamam diferem bastante entre si, pelo lugar maior ou menor que atribuem aos cereais, aos frutos e legumes, às sementes germinadas, mas também aos alimentos que são subprodutos dos animais vivos: o leite, a manteiga, os ovos, o queijo. Mas só as dietas que incluem estas proteínas de origem animal ou que atendem à necessidade de complementar as insuficiências de cada tipo de alimentos são nutricionalmente admissíveis.
Caso contrário, os riscos de desequilíbrios alimentares são elevados e as carências em vitamina BI 2, ferro e cálcio são, a longo prazo, garantidas: convém salientar que se detectaram, em famílias que praticam o vegetalismo ou vegetarianismo puro, numerosos casos de raquitismo e de graves anemias, sobretudo nas crianças.
Nessa condição, num adulto que goze de boa saúde e que tenha um conhecimento aprofundado dos princípios da nutrição, um regime vegetariano, posto em prática de forma inteligente, não é minimamente perigoso e poderá mesmo revelar-se bastante positivo como prevenção da obesidade, das doenças cardiovasculares e, de acordo com alguns especialistas, embora isso não esteja ainda provado, do cancro, No entanto, não há razões cientificamente válidas que justifiquem a interdição do consumo de carnes frescas em quantidade moderada: o consumo actual de carne, nos países desenvolvidos, é, de facto, excessivo.
O essencial numa dieta vegetariana é a variedade. É preciso experimentar, todos os dias, diversas combinações diferentes: frutos e legumes, pão e cereais integrais, soja, feijões, lentilhas, ervilhas, grão, nozes e outros frutos secos, sem esquecer os produtos derivados do leite (meio-gordos ou magros). Como dissemos anteriormente, é verdade que os vegetais são uma fonte de proteínas, mas estas são menos completas e são assimiladas com maior dificuldade pelo organismo do que as proteínas de origem animal. Por isso, convém utilizá-los de forma ponderada, combinando-os entre si e com as proteínas derivadas do leite e dos ovos.

Além de satisfazer as necessidades em proteínas, é preciso respeitar, também, as necessidades calóricas. Caso contrário, o organismo utilizará as proteínas como fonte de calorias sem as reservar em quantidade suficiente para o crescimento e a conservação dos tecidos. Na prática, é possível escolher entre dois tipos de complementação às proteínas vegetais:

– A complementação mista combina cereais (ou produtos seus derivados) ou leguminosas com produtos lácteos, ovos, peixe, carne de aves ou outras. Por exemplo: uma tarte gratinada de legumes, crepes recheados com legumes, um arroz de frango ou à valenciana, um prato de massa com legumes.
– A complementação vegetariana exclui a carne e combina unicamente os cereais ou produtos derivados com leguminosas. Por exemplo, grão de bico com cuscuz, tortilhas de milho com puré de feijão, sopa à camponesa de legumes com pão, arroz com legumes, feijão encarnado com tofu (espécie de queijo de soja).
No respeitante às vitaminas, convém não esquecer os frutos e os legumes frescos. Finalmente, recomenda-se 1 ou 2 colheres de gordura, margarina dietética, óleo de milho ou de girassol, todos os dias, a fim de garantir os lípidos essenciais.
Feitas as contas: uma dieta vegetariana bem conduzida apresenta vantagens que não são de desprezai”:
– satisfaz o apetite facilmente e permite, assim, evitar as pequenas fomes entre as refeições;
– é rica em fibras, o que evita os problemas do trânsito intestinal;
– diminui o consumo de gorduras saturadas e representa, por isso, uma boa prevenção das doenças cardiovasculares;
– finalmente, exige aos rins pouco trabalho, De um ponto de vista mais global, a dieta vegetariana restabelece o equilíbrio agro-alimentar ao nível mundial.



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