Cuidados com a pele

Complexa, ainda mal conhecida, a pele representa um órgão absolutamente essencial, como o prova o facto de uma pessoa que tenha sofrido queimaduras extensas não sobreviver sem tratamento. Protege o corpo das agressões do mundo exterior, como os choques ou a sujidade,  defende-nos eficazmente contra a intrusão de micróbios e de vírus de todos os géneros. Com uma pele intacta, as possibilidades de se apanhar uma infecção, só por manipular um telefone ou utilizar uma casa de banho pública, são mínimas.

Má condutora do calor, a pele protege-nos também do frio, graças a uma camada isolante de gordura e de sebo, produzidos pelas glândulas sebáceas. Contribui para a eliminação dos resíduos do trabalho celular, como, por exemplo, a ureia, e desempenha, por isso, um papel auxiliar dos rins. Por outro lado, permite uma discreta respiração transcutânea e protege-nos da desidratação. Finalmente, a pele deve a sua sensibilidade às ramificações dos numerosos nervos sensitivos que terminam nos pequenos corpúsculos do tacto, situados sob a epiderme. Estes corpúsculos estão desigualmente repartidos pela superfície do corpo e alguns possuem uma certa especialização. E por essa razão que a ponta dos dedos é mais sensível à dor do que as costas da mão, ao passo que estas registam selectivamente as sensações térmicas.

Os cuidados com a pele indispensáveis

A pele é composta por três camadas: a epiderme ou camada superficial, a derme e a hipoderme ou tecido subcutâneo. Aparte superior da epiderme, quer dizer, a parte visível da pele, descama-se permanentemente e é também continuamente substituída por células formadas na camada inferior. As células mortas, se não forem retiradas regularmente, formam, juntamente com o suor e o pó, uma barreira que se opõe à respiração normal da pele. Além disso, os micróbios, os vírus, os fungos e outros parasitas encontram, aí, um terreno de eleição para o seu desenvolvimento. Finalmente, o suor que estaciona em todas as zonas do corpo e, particularmente, nas axilas e nos pés, decompõe-se sob a acção de diversas bactérias, o que gera, muito rapidamente, um cheiro bastante desagradável.

Primeira regra de base, portanto: uma boa higiene de manutenção

Em qualquer situação, tenha sempre o cuidado de lavar as regiões descobertas do corpo, tanto de manhã como à noite, se for necessário. Todos os dias ou, pelo menos, duas vezes por semana, tome um banho completo ou um duche. Com água e sabão, porque os produtos de beleza não os podem substituir! Mesmo assim, tenha cuidado, porque as ensaboadelas demasiado frequentes podem perturbar a presença dos lípidos superficiais, que conservam a boa hidratação da epiderme. As espumas de banho e o gel de duche são detergentes que fragilizam a pele e provocam uma produção excessiva de sebo. Os sabões de limpeza que contêm anti-sépticos ou desodorizantes também não são aconselháveis, excepto em caso de prescrição médica, porque acabam por destruir a flora bacteriana que protege a pele contra a contaminação por germes perigosos, como, por exemplo, o Estafilococo dourado. Alguns provocam alergias. Portanto, escolha um sabão simples, neutro, sólido ou líquido e feito à base de gorduras naturais.

• A água, a água pura, a água da torneira (desde que não seja demasiado dura!), a água da chuva (se não estiver poluída), em suma, a agua simplex é o primeiro e o mais precioso dos produtos de beleza. Seja na forma de água corrente, de compressas quentes ou frias, em jacto ou em pulverizações, a água é para a pele um beneficio dos deuses, uma garantia de saúde e de flexibilidade. Utilizada em forma de vapor quente, abre os poros e permite limpar “em profundidade”. De vez em quando, não hesite em conceder-se uma pequena sauna facial, o que lhe facilitará também a extracção de eventuais pontos negros. Aplique depois um pouco de água de rosas, que é ligeiramente adstringente. A prática da sauna, limitada, durante muito tempo, aos países escandinavos, começa a espalhar-se no nosso país. Activando a circulação sanguínea, proporciona uma sensação real de descontracção física e psíquica. Mas, contrariamente ao que pretende urna certa publicidade, a sauna não é uma espécie de purificação geral e não rejuvenesce nem o corpo nem o rosto. Sem perigo para os adultos de boa saúde (as pessoas que sofrem de couperose – doença da pele de que falaremos mais adiante – ou de perturbações circulatórias devem ter um cuidado especial), é desaconselhável para as crianças com menos de dez anos, Quanto aos bebés e às crianças pequenas, desconfie dos sabões demasiado perfumados ou corados, que podem provocar alergias. Se a criança tiver a pele muito seca, fale nisso ao médico de família.

Transpiração

• O nosso corpo transpira, normalmente, tanto para manter o equilíbrio térmico como para eliminar alguns resíduos, Mas pode acontecer que o odor corporal ligado a essa transpiração se tome desagradável. A melhor prevenção contra o odor corporal consiste, muito simplesmente, em eliminar os resíduos depositados na epiderme, ou seja, em lavar-se. A água e o sabão, soluções simples e económicas, não têm, evidentemente, o beneplácito da indústria cosmética. Esta orquestrou uma sábia obsessão do inodoro e do asséptico e lançou no mercado desodorizantes, anti-transpirantes e absorventes de odores, sob todas as formas. Aproveitamos para dizer que os sticks e os roll-on são mais eficazes e menos perigosos do que os sprays, já que estes podem irritar os olhos e as vias respiratórias.

Os bactericidas, princípios activos dos desodorizantes, tomam a respiração inodora, neutralizando as bactérias que geram os maus odores. Os anti-transpirantes, com ou sem bactericida, contêm um sal de alumínio muito eficaz, que fecha os poros da epiderme e diminui, dessa forma, a quantidade de suor libertado. A eficácia destes produtos varia com as pessoas; todos podem provocar irritações ou reacções alérgicas. Use-os, se necessário, mas não faça disso um hábito diário.

Os desodorizantes íntimos, por sua vez, devem ser evitados. Quando o suor é mesmo muito abundante, trata-se de uma verdadeira doença, a hiperidrose, que justifica o recurso a tratamento médico.



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