O que é a fecundação?

A fecundação é o processo pelo qual o espermatozóide e o ovócito se unem, possibilitando a formação de um ovo (zigoto) e de um embrião. Esta união decorre nas trompas de Falópio, assim como as primeiras divisões celulares, chegando o embrião ao útero cerca de cinco dias após a fecundação para a respectiva implantação (nidação). Esta capacidade de o embrião penetrar no endométrio ocorrerá por volta do 7.° dia do desenvolvimento embrionário. Para que a fecundação e a gravidez ocorram, entre muitos outros factores, é necessário que:
– Em cada mês, um dos ovários desenvolva um folículo (uma “bolinha” de líquido que vai crescendo e que, ao atingir cerca de 17 mm de diâmetro, conterá um ovócito maduro) e ocorra a ovulação (rotura do folículo, com a possibilidade de passagem do ovócito para a trompa);

– A produção de espermatozóides pelos testículos seja normal ou próxima dos valores normais;

É interessantíssima a constatação da enorme diferença relativamente à produção de gâmetas entre os dois sexos: para que a capacidade reprodutiva seja normal, para a mulher é suficiente que um dos ovários produza um ovócito por mês, enquanto que para o homem é necessário que os testículos produzam milhões de espermatozóides… por dia. Entre os vários parâmetros a avaliar no estudo do esperma, continuam a ser preponderantes o número, a morfologia e a motilidade dos espermatozóides, sendo os valores de referência mínimos de: 20 milhões de espermatozóides por ml, morfologia normal de 15% e motilidade progressiva rápida de 25%. Na altura do nascimento, cada ovário poderá possuir um milhão de folículos primordiais, contendo ovócitos imaturos, mas, a partir da puberdade e até ao fim da vida reprodutiva (menopausa), apenas 400–500 ovócitos atingirão a sua maturidade ovulatória. O homem nasce com células estaminais germinais nos testículos e começa a produzir espermatozóides a partir da puberdade. Esta produção mantém-se durante toda a vida devido à presença das células estaminais, muito embora com uma tendência para a diminuição da concentração, da morfologia normal e da motilidade dos espermatozóides a partir da 5a-6a década da vida.

– A relação sexual aconteça em “período fértil”;
– As trompas estejam permeáveis à passagem dos espermatozóides e também funcionalmente normais para a captação do ovócito e para “transportarem” o embrião para a cavidade uterina;
– O ovócito e o espermatozóide sejam estrutural e funcionalmente normais, de modo a possibilitar a fecundação e a evolução embrionária (a maioria dos embriões terá anomalias cromossómicas, pelo que, em regra, a selecção natural inviabiliza o seu desenvolvimento);
– O endométrio esteja receptivo à implantação do embrião.

A riqueza e a complexidade dos mecanismos reprodutivos são tais que, mesmo nos casais em que tudo está aparentemente bem, a probabilidade mensal de alcançar uma gravidez de forma natural ronda os 25% (esta taxa natural de gravidez é a mais baixa do reino animal).



11 Comentários to “O que é a fecundação?”
  1. Márcia Cristina
  2. jamires
  3. ana clara
  4. José Henrique Souto Minervino
  5. miguel fonso mam micha
  6. fernanda
  7. nadia de nazare

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