Como controlar a ansiedade

O que é a ansiedade?

A ansiedade corresponde a um estado geral de apreensão. Pode ser desencadeada pela antecipação de um acontecimento particular, como um exame escolar ou médico. Este tipo de ansiedade é uma reacção normal a uma circunstância específica. Pelo contrário, a ansiedade generalizada produz sentimentos intensos de apreensão acompanhados de grande insegurança interior e sem causa aparente. Quando levada a extremos, a ansiedade generalizada provoca esgotamento emocional, insónias e risco aumentado de doenças relacionadas com o stress. Qualquer pessoa, numa ou outra ocasião, passa por fases de preocupação e medo, mas quando a ansiedade é crónica, torna-se um problema clínico que deve ser referido ao médico. Embora se trate de uma situação psicológica, a ansiedade manifesta-se por sintomas físicos, sendo cada vez em maior número as opiniões médicas de que a dieta pode ajudar a aliviar, ou mesmo eliminar, alguns desses sintomas.

Sintomas físicos característicos da Ansiedade

Secura da boca, sudação, dificuldades respiratórias, palpitações, tonturas, dores no peito, diarreia e fadiga. A ansiedade pode chegar a debilitar o sistema imunitário.
Perda de apetite e refeições perdidas perturbam os padrões normais de alimentação. Em consequência, a menor ingestão de alimentos leva a perda de peso e a nutrição inadequada. As deficiências resultantes podem ser agravadas pela debilidade que a própria ansiedade acarreta. Há provas que associam a ansiedade a uma carência de magnésio e vitamina B6. Sob tensão (stress), o organismo consome rapidamente as suas reservas de vitamina C, e as pessoas que sofrem de ansiedade crónica podem beneficiar com o aumento da ingestão desta vitamina. Assim, é essencial ter uma alimentação equilibrada e fazer refeições regulares.

As crises de pânico

São crises súbitas, muitas vezes sem desencadeante externo e duram apenas 5 a 10 minutos, embora possa parecer ao doente que duram uma eternidade. Uma crise de pânico é caracterizada pela presença de, pelo menos, quatro dos seguintes sinais e sintomas:

– Alterações respiratórias.
– Tonturas, falta de firmeza no andar ou desmaios.
– Palpitações.
– Tremores.
– Sudação abundante.
– Dores ou mal-estar no peito.
– Náuseas e indisposição abdominal.
– Aperto na garganta ou sensação de asfixia.
– Afrontamentos; arrepios de frio.
– Sensações de dormência ou formigueiro nas mãos ou nos pés.
– Vertigens.
– Medo de perder o controle psíquico.
– Medo intenso de morrer.

Habitualmente, leva-se o doente à urgência de um hospital, onde o ambiente médico protector e um ansiolítico forte o acalmam.

A ansiedade aguda

A ansiedade aguda assume por vezes a forma de uma crise de pânico — um episódio de medo intenso acompanhado por sintomas físicos, como dor no peito, dificuldade em respirar e uma sensação de catástrofe (morte ou enlouquecimento) iminente. Estudos recentes apontam para uma tendência familiar para a perturbação de pânico, que frequentemente começa na adolescência.
A hiperpneia, ou respiração acelerada, é comum durante uma crise de pânico, e esta respiração superficial e rápida perturba o equilíbrio entre o oxigénio e o dióxido de carbono presentes no sangue. Esta situação, por sua vez, provoca tonturas, palpitações, dor no peito e outros sintomas físicos desagradáveis, que, por sua vez, geram medo e agravam a ansiedade preexistente, resultando num ciclo vicioso de pânico incontrolável.

Alimentos a evitar quem sofre de ansiedade

Deve-se evitar os alimentos que podem conduzir não só a um aumento da ansiedade, como ao risco de surgirem outros problemas, em especial os que se relacionam com a digestão, como a azia. Temos como exemplo a cafeína, presente no café, no chá e em certas bebidas com cola, e também no chocolate preto. O chocolate em pequenas quantidades pode estimular o desempenho físico e mental, mas em quantidades maiores conduz à agitação, particularmente nas pessoas sensíveis à cafeína. Deve-se também evitar as bebidas alcóolicas, pois torna as pessoas que sofrem deste mal mais depressivas.

Como tratar

Terapia por medicamentos

Os medicamentos ansiolíticos são o principal tratamento médico para controlar a ansiedade generalizada como para as crises de pânico. As benzodiazepinas são os ansiolíticos mais receitados. Estes fármacos parecem funcionar aumentando a acção de uma substância química que bloqueia a transmissão de impulsos nervosos no cérebro, reduzindo assim a sensação de nervosismo e a agitação. Posteriormente, podem provocar sonolência e letargia. Também potenciam perigosamente os efeitos do álcool, pois a combinação de ambos pode conduzir a paragem respiratória e morte.
Embora os tranquilizantes sejam altamente eficazes no alívio de ansiedade e nas crises de pânico, não devem ser consumidos durante um período prolongado — habitualmente definido como mais de 12 semanas consecutivas, pois o uso continuado pode levar a dependência psicológica e habituação. Contudo, as pessoas que tenham estado medicadas com ansiolíticos durante vários meses não devem parar abruptamente, mas sim gradualmente, fazendo um desmame sob controle médico.
Por vezes, em vez de ansiolíticos, os médicos receitam fármacos que provocam menos habituação. Entre eles, contam-se os bloqueadores beta-adrenérgicos — em geral usados para tratar a hipertensão arterial e a angina de peito —, que são eficazes contra certos tipos específicos de ansiedade, sobretudo o medo de falar em público. Estes medicamentos aliviam a ansiedade, sobretudo nos seus sintomas somáticos, como palpitações, sudação, descoordenação motora, bloqueando a acção da noradrenalina, um neurotransmissor que o organismo produz normalmente como reacção ao stress.
No passado, utilizavam-se o meproba-mato, um ansiolítico, e o fenobarbital, um barbitúrico, para tratar a ansiedade. Hoje em dia, raramente são receitados com este objectivo, pois causam grave habituação e podem levar a consumo abusivo. Outro tratamento de fundo na perturbação de pânico é o uso de anti-depressivos em doses elevadas, especialmente os medicamentos tricíclicos ou os antidepressivos da nova geração.

Psicoterapia

Os psiquiatras e outros profissionais de saúde mental costumam recomendar psicoterapia em associação com os psicofármacos, uma psicoterapia de suporte emocional e trabalho cognitivo que ajuda os doentes a corrigirem formas distorcidas de pensar acerca de si próprios e a lidarem com os seus medos. Através da terapia cognitiva, por exemplo, o doente consegue controlar crises de pânico, aprendendo a interpretar e a reagir calmamente aos sintomas físicos alarmantes, em vez de reagir de forma violenta e descontrolada, que habitualmente intensifica o problema.
Outra abordagem consiste na terapia de grupo, em que os doentes partilham medos comuns e procuram formas úteis de lidar com esses medos.



45 Comentários to “Como controlar a ansiedade”
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