Tratamentos e remédios para a depressão

Diagnosticar de forma precisa a depressão, não só leva tempo como também pode ser um processo complicado e delicado encontrar o remédio correcto para o tratamento da mesma. Para algumas pessoas com sérios problemas de saúde, como doenças cardíacas, renais ou hepáticas, alguns antidepressivos são inseguros. Os antidepressivos podem ser ineficazes, se a dose for inadequada, ou ter efeitos colaterais incómodos, levando à falha do tratamento.

Quando toma remédios para a depressão, é importante ter em conta o seguinte:

1. Apenas 30% das pessoas com depressão se curam completamente, após tomar a primeira dose de antidepressivos. (Isto de acordo com um estudo de 2006, financiado pelo National Institutes of Health, (‘Instituto Nacional de Saúde’). Aqueles que melhoraram foram os que tomaram doses ligeiramente mais elevadas e por períodos mais longos.

2. Alguns antidepressivos funcionam melhor para certas pessoas, do que outros. Não é raro experimentar diferentes tipos de remédios durante o tratamento.

3. Algumas pessoas precisam de mais do que um remédio para o tratamento da depressão.

4. As caixas de antidepressivos têm advertências para os riscos de pensamento e comportamento suicida em crianças, adolescentes e jovens adultos entre os 18 e os 24 anos de idade.

O seu médico pode medir os riscos e os benefícios do tratamento e optimizar o uso da medicação que melhor pode aliviar os seus sintomas.

Tratamento para a depressão

Provavelmente, o maior segredo para ultrapassar qualquer tipo de depressão é encontrar o tratamento adequado para si. Tem que encontrar o seu ‘equilíbrio de remédios’ (pessoais) para a depressão, para a poder curar. A grande maioria das pessoas que recebem tratamento para a depressão tem notado uma mudança significativa na maneira como se sentem. Destes, os que relatam melhores resultados são aqueles que optam por uma combinação de remédios para a depressão e terapias verbais, porque a terapia verbal reforça a eficácia do medicamento. Para além dos remédios e terapias verbais, existem outras formas de tratamento para a depressão, que incluem ervas terapêuticas e terapias à base de electricidade.

Terapia da conversa

Existem muitos médicos especializados em doenças mentais e depressão, mas o melhor é alguém especializado para lidar com a sua forma específica de depressão.
Poderá achar que quer apenas uma terapia a curto prazo, mas depois de começar pode querer continuar por um período mais longo para que possa resolver a sua vida. Poderá iniciar um tratamento de longo prazo, mas, ao ver melhoras significativas, poderá optar depois por um tratamento de curto prazo. A depressão é tratada numa base individual, entre o médico e o paciente.

Tipos de terapia da conversa

Terapia Comportamental Cognitiva (TCC) – Esta terapia é projectada para mostrar como o seu próprio comportamento e pensamentos têm impacto sobre a sua depressão. Incide sobre o comportamento negativo e padrões de pensamento que dominam a pessoa que sofre de depressão e ensina como romper com esses padrões.

Terapia Interpessoal (IPT) – Esta terapia mostra como os seus relacionamentos interpessoais afectam a sua depressão. Isto concentra-se sobre as relações negativas ou positivas que você tem e ensina quais dos seus relacionamentos são benéficos ou prejudiciais à sua saúde mental.

Terapia psicodinâmica (Terapia Tradicional) – Esta terapia vai à raiz do seu problema, começa por discutir a sua história e como as coisas aconteceram na sua vida (no passado), deram formato à sua vida e levaram à sua depressão. Esta é, normalmente, uma terapia de longo prazo.

Terapia por remédios

Existem muitos tipos de tratamentos químicos para a depressão. Cada remédio pode ser especialmente formulado e doseado para cada tipo de depressão de forma individual.

Inibidores Selectivos de recaptação da Serotonina (ISRS) – Vulgarmente conhecidos pelos nomes Zoloft, Prozac, Paxil e Lexapro, são remédios para a depressão que podem causar efeitos secundários desagradáveis, como dores de estômago, insónias, dores de cabeça e disfunção sexual.

Inibidores da monoamina oxidase (IMAO) e antidepressivos tricíclicos – Estes pertencem à geração mais antiga do tratamento da depressão. Têm efeitos secundários muito sérios e já não se usam, tendo surgido novos remédios para a depressão com menos efeitos secundários.

Os novos remédios para a depressão

Os novos tratamentos para a depressão têm efeitos colaterais leves e têm a capacidade adicional para tratar a dor crónica, muitas vezes associada à depressão. Os efeitos secundários são semelhantes aos ISRSs e incluem dores de estômago, disfunção sexual, fraqueza e tonturas.

Outros tipos de terapia para o tratamento da depressão

Terapia Electroconvulsiva (ECT) – Cargas eléctricas criam uma convulsão no paciente que pode alterar o equilíbrio químico no cérebro. Esta terapia é usada em pessoas que não respondem ao tratamento com remédios. Até 90% dos pacientes encontram resultados rápidos com um único efeito colateral, perda temporária de memória (de curto prazo).

Estimulação do nervo vago (VNS) – um dispositivo pequeno, gerador de electricidade (semelhante à pilha colocada no coração), é colocado no peito do paciente com fios ligados ao nervo vago (o nervo que liga o pescoço ao cérebro). Cargas eléctricas são enviadas através do nervo para alterar o equilíbrio químico no cérebro e regular o humor. O dispositivo é seguro e eficaz.

Terapia Erval – A Erva de São João e Ginko Biloba são as ervas mais populares para tratar a depressão. Têm sido usadas ​​durante mais de um milénio na medicina oriental como terapia para a depressão, embora a sua eficácia ainda tenha que ser comprovada, na medicina ocidental.

Acupunctura / Acupressura – A acupunctura é uma forma chinesa de medicina homeopática antiga que consiste na utilização de agulhas finas que estimulam as respostas internas às doenças e equilibram a química interna. A acupressura faz a mesma coisa, utilizando os pontos de pressão sobre o corpo.

Antidepressivos
Se sofre de depressão, os remédios antidepressivos, usados sob a orientação de um profissional de saúde mental, podem aliviar alguns dos seus sintomas. Mas os antidepressivos não são a solução total para a depressão. Os remédios não curam o problema subjacente e raramente são uma solução de longo prazo. Os remédios antidepressivos têm efeitos secundários significativos e perigosos, pelo que estudos recentes levantaram questões sobre a sua eficácia.
O conhecimento sobre os remédios antidepressivos podem-no ajudar a pesar dos benefícios e riscos, ajudando-o a tomar uma decisão informada e pessoal sobre os benefícios do remédio para o seu caso específico.

Os remédios antidepressivos são eficazes?

Esta informação não pretende substituir o aconselhamento médico. Se estiver a tomar um antidepressivo, não altere a sua dosagem sem consultar o seu médico.

Os especialistas em saúde mental concordam que, quando a depressão é grave, os remédios para a depressão podem ser úteis, para salvar vidas. No entanto, a pesquisa mostra que os antidepressivos são insuficientes para muitos pacientes.
Um estudo realizado em 2006, pelo governo dos EUA, divulgou que menos de 50% das pessoas que tomaram antidepressivos se viram livres dos efeitos colaterais, mesmo depois de experimentar dois remédios diferentes. Para além disso, muitos dos que respondem à medicação mergulham de novo na depressão num curto espaço de tempo.

Em resumo

Se sofre de uma depressão grave que interfere com a sua capacidade de funcionar, os remédios para a depressão podem ser bons para si. No entanto, muitas pessoas utilizam antidepressivos, quando o exercício, a terapia, ou as estratégias de auto-ajuda iriam funcionar tão bem ou melhor, sem os efeitos colaterais.
A terapia e as estratégias de auto-ajuda podem ajudá-lo a chegar à raiz dos seus problemas subjacentes, e a desenvolver as estratégias de que precisa para vencer a depressão. Visto isto, os remédios para a depressão podem ser benéficos, mas não são a única resposta.

A depressão é causada por um desequilíbrio químico no cérebro?

Os especialistas concordam que a depressão envolve muito mais do que apenas um desequilíbrio químico do cérebro. A serotonina é apenas um dos muitos factores que podem causar esse desequilíbrio. Novas pesquisas apontam para outros contribuintes biológicos para a depressão, incluindo a inflamação, os hormônios do stress elevado, supressão do sistema imunológico, actividade anormal em determinadas partes do cérebro, deficiências nutricionais e encolhimento das células do cérebro. Estas são apenas as causas biológicas da depressão.
Factores sociais e psicológicos, como a solidão, falta de exercício, má alimentação, e baixa auto-estima, também desempenham um papel importante na depressão.

Pode ter ouvido dizer que a depressão é causada por um desequilíbrio químico no cérebro, que o remédio para a depressão pode corrigir. Segundo a teoria do desequilíbrio químico, os baixos níveis de serotonina cerebral levam à depressão e os remédios para a depressão funcionam porque ajudam a que os níveis de serotonina voltem ao normal. No entanto, a verdade é que os pesquisadores sabem muito pouco sobre como funcionam os antidepressivos. Não existem testes que possam medir a quantidade de serotonina presente no nosso cérebro, muito menos saber o que é um nível baixo ou normal de serotonina. Como podemos então saber se o remédio para a depressão corrige esses níveis?

Os efeitos colaterais dos remédios antidepressivos

Há diferentes tipos de remédios usados no tratamento da depressão, incluindo inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRS), antidepressivos atípicos, antidepressivos tricíclicos (TCA) e inibidores da monoamina oxidase (IMAO).
Os efeitos colaterais são comuns em todos os antidepressivos. Para muitas pessoas, os efeitos colaterais são graves o suficiente para fazer com que tenham de deixar de tomar o remédio.
Efeitos secundários dos ISRS (Inibidores Selectivos da Recaptação da serotonina)
Os antidepressivos mais prescritos vêm de uma classe de medicamentos conhecidos como inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRS). Os ISRS incluem antidepressivos como o Prozac, Zoloft e Paxil. Estes actuam sobre um químico no cérebro chamado de serotonina que ajuda a regular o humor, mas também desempenha um papel na digestão, dor, sono, clareza mental e outras funções corporais. Como resultado, os antidepressivos ISRS causam uma ampla gama de efeitos colaterais, incluindo:

• Náuseas

• Insónias

• Ansiedade

• Inquietação

• Diminuição da libido

• Tonturas

• Aumento de peso

• Tremores

• Transpiração

• Sonolência ou cansaço

• Boca seca

• Diarreia

• Prisão de ventre

• Dores de cabeça

• Em pacientes com idade acima de 65 anos, os ISRS representam uma preocupação adicional. Estudos mostram que os medicamentos SSRI podem aumentar o risco de quedas, fracturas e perda óssea em pacientes mais idosos. Os ISRS também podem causar sérios sintomas de abstinência, se os deixar de tomar abruptamente.

• Nas grávidas a utilização de ISRS durante a fase final da gravidez pode levar a sintomas de abstinência de curto prazo no recém-nascido, após o parto. Os sintomas típicos incluem tremor, agitação, problemas respiratórios leves, e choro fraco.

• Em adolescentes e adultos jovens, a ‘Administração da Alimentação e das Drogas’ dos EUA exige que todos os remédios da depressão incluam uma etiqueta de advertência sobre o risco aumentado de suicídio em crianças e jovens adultos.

Alguns efeitos colaterais desaparecem após as primeiras semanas de tratamento, outros persistem e podem piorar.

Como decidir se o remédio da depressão é correcto para si?

Se estiver a considerar tratar-se com antidepressivos, certifique-se cuidadosamente de que conhece todas as opções de tratamento. As seguintes questões podem ajudá-lo a tomar a sua decisão.

Perguntas que deve fazer a si mesmo

• A minha depressão é suficientemente grave para justificar um tratamento com remédios?

• Os remédios são a melhor opção para o tratamento da minha depressão?

• Estou disposto a tolerar os efeitos colaterais indesejados?

• Quais são os tratamentos não medicamentosos que podem ajudar a minha depressão?

• Tenho tempo e motivação para fazer outros tratamentos, como a terapia e os exercícios?

• Quais as estratégias de auto-ajuda que podem reduzir minha depressão?

• Se decidir tomar remédio, devo complementar com uma terapia?

Perguntas que deve fazer ao seu médico

• Existem condições de saúde que podem estar a causar a minha depressão?

• Quais são os efeitos colaterais e os riscos dos remédios que ele lhe está a prescrever?

• Existem alimentos ou outras substâncias que terá que evitar?

• Como é que o remédio vai interagir com outros remédios que possa estar a tomar?

• Durante quanto tempo tem que tomar esse remédio?

• Deixar o remédio para a depressão vai ser difícil?

• A minha depressão vai voltar quando deixar de tomar o remédio?



6 Comentários to “Tratamentos e remédios para a depressão”
  1. FERNANDA MARIA
  2. Cristovao Ramiro Belo
    • Rose
  3. dulce
  4. dulce

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