Saber lidar com a Hereditariedade

A hereditariedade está relacionado com os genes que herdamos dos nossos pais, não são muito importantes comparado com o que fazemos ao longo da vida com esses mesmos genes.

Se temos casos de diabetes na família e ao mesmo tempo tivermos peso excessivo, abusarmos de açúcares, não fizermos análises com regularidade, não praticarmos exercício, estamos mesmo a chamar a doença, não vos parece?

E o mesmo se passa com a propensão para a hipertensão arterial, os acidentes vasculares cerebrais, as doenças pulmonares, as doenças do coração, etc.

Que vos parece de um asmático fumar um maço de cigarros  por dia?

Acham que a capacidade pulmonar melhora com a nicotina inalada? Ou pelo contrário, que rapidamente desenvolverá insuficiência respiratória?

E altura de aplicar a tal máxima, o seguro morreu de velho.

Ou seja, sabendo quais são os pontos fracos da nossa família e os de nós próprios, em vez de fazerem como a avestruz que mete a cabeça debaixo da areia, combatam de modo eficaz essas tendências.

Não quero com estas palavras que se transformem em hipo-condríacos, isto é, que andem sempre à procura de novas doenças.
Nada disso. Vida saudável não passa por ter obsessões e medos de doenças, trata-se apenas de incorporar no dia-a-dia as noções de prevenção que se sabem ser eficazes a longo prazo.

Leia sobre os mecanismos e das curvas de envelhecimento do corpo e da mente para melhor saber como melhorar a vossa saúde e prevenir determinadas doenças.Desde há séculos que os cientistas procuram explicar o envelhecimento e por isso, contam-se mais de 300 teorias existentes, umas dando mais enfoque aos aspectos biológicos do envelhecimento, outras mais aos aspectos psicológicos e outras ainda aos aspectos sociológicos.

Comecemos pela Teoria Evolucionária do Envelhecimento

A teoria evolucionária do envelhecimento surgiu em 1940 por parte de dois investigadores ingleses e assenta nas leis de Darwin: “…determinada característica individual persiste numa população quando os seus portadores sobrevivem até à idade reprodutiva e produzem descendentes que a herdarão.” Desta forma, a selecção natural tem o seu ponto máximo na juventude, declina progressivamente e desaparece na velhice.

Baseado nisto, a Teoria Evolucionária do Envelhecimento defende que se tomarmos duas populações de indivíduos de uma mesma espécie e controlarmos a idade em que eles se reproduzem, a população na qual a reprodução ocorrer mais tardiamente apresentará maior longevidade.
Isto é fácil de perceber se pensarmos que, se uma doença mortal se manifesta aos 25 anos, e culturalmente o normal é ter filhos aos 18, tanto o progenitor como os seus filhos portadores da doença não passarão muito além dos 25 anos. Ao contrário,  se por razões culturais, só fosse possível ter filhos a partir dos  30, todos os sujeitos portadores da doença mortal não chegariam  a procriar. Só os sujeitos sem essa doença o fariam, originando filhos sem doença que viveriam eles próprios mais tempo.

Partindo deste princípio, se à espécie humana fosse possível a reprodução aos 70 anos, seriam eliminados da população os genes susceptíveis de causar enfartes, AVC, cancros, diabetes e até doença de Alzheimer e viveríamos com saúde até aos 200 anos.

Outro tipo de explicações sobre o envelhecimento parte da Teoria da Energia Vital ou Teoria dos Eventos Vitais Biológicos. A ideia central é de que os organismos apenas podem despender I uma quantidade limitada de energia por unidade de massa numa vida – “potencial de energia vital”. Se um de nós gasta a sua energia mais cedo, a sua esperança de vida será mais curta’. Quer isto dizer que, se ocorrer ao longo da vida sucessivos acontecimentos vitais biológicos, como traumatismos cranianos, AVC, infecções, cancros, entre outros, o organismo vai perdendo eficiência e acaba por falhar mais cedo, originando a morte precoce dos sistemas (Fernández-Ballesteros, 2004).

Outra teoria também muito comentada é a Teoria dos Radicais Livre proposta em 1954 pelo investigador americano Denham Harman (e defendida por Bartke, 2001). Esta teoria defende que o envelhecimento e as doenças degenerativas a ele associadas, resultam de alterações moleculares e lesões celulares desencadeadas por radicais livres.

Isto leva automaticamente a pensar que a velocidade do metabolismo de um indivíduo condiciona o seu envelhecimento.
Alguns estudos realizados neste âmbito acabaram realmente por mostrar um aumento de longevidade em cerca de 70% aquando da restrição calórica em ratos de laboratório e isto porque se provocava a diminuição do “combustível” para o metabolismo.
Também com as Drosophilas (moscas da fruta) se mostrou um aumento da esperança de vida quando estas foram colocadas num ambiente mais frio, uma vez que se sabe que as baixas temperaturas retardam as reacções químicas que estão na base do metabolismo.
Actualmente existem inúmeras evidências científicas de que os radicais livres estão envolvidos em praticamente todas as doenças típicas da idade, como a arteriosclerose, as doenças coronárias, a catarata, o cancro, a hipertensão arterial, as doenças neurodegenerativas e outras.
Contudo, a explicação mais provável para o envelhecimento  será a integração de factores genéticos, ambientais e socioculturais,  sendo da interacção de múltiplos factores que deriva a diversidade do envelhecimento humano.

Envelhecimento saudável

O envelhecimento saudável, desejado por todos, implica a manutenção de um elevado grau de funcionalidade e logo de autonomia, excluindo a dependência de terceiros e a institucionalização.
A realização de tarefas diárias aparentemente tão simples como  lavar-se e vestir-se, até às mais complexas como movimentar uma conta bancária ou andar de transportes públicos, exigem  uma capacidade funcional mais ou menos intacta, que pode ser perdida em qualquer momento da vida, devido a doenças físicas ou mentais.
No entanto, essa manutenção funcional não depende estritamente do envelhecimento, pois temos com a mesma idade pessoas ; com muito diversa capacidade funcional.
Depende isso sim do acumular de doenças e de pequenas dificuldades funcionais.
A diminuição de audição e de visão associadas a problemas osteoarticulares dos joelhos ou das ancas podem incapacitar quase totalmente uma pessoa, mas têm na maioria dos casos soluções bastante satisfatórias se procuradas atempadamente. Um conselho que a experiência clínica me ensinou: nunca, mas  nunca adiem um tratamento ou uma cirurgia porque acham que já têm demasiada idade.
Vão ter ainda mais anos pela frente e o problema só vai piorar. E depois então sim poderá já ser tarde demais.



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