O que é a Doença de Lyme?

A doença de Lyme é uma infecção transmitida pelas carraças que pode provocar uma doença grave. A causa da doença é uma espiroqueta, bactéria em forma de espiral, que é transmitida pela picada de várias espécies de minúsculas carraças. Embora estas carraças sejam encontradas com maior frequência em veados, roedores e outros animais selvagens, também picam seres humanos. O primeiro sinal da doença de Lyme é em geral uma erupção vermelha e indolor, mais ou menos circular, que se desenvolve no local da picada ao fim de algumas semanas, embora possa surgir mais cedo. É muitas vezes acompanhada por dor de cabeça, febre baixa, dores no corpo e outros sintomas semelhantes aos da gripe.

Muitas pessoas não sabem que foram infectadas com a doença de Lyme, pois não têm consciência de ter sido mordidas por uma carraça. (Cerca de metade dos doentes não apresenta a erupção inicial.) Sem tratamento, podem ocorrer complicações nas articulações, cardíacas e/ou neurológicas semanas ou até mesmo meses depois da picada. As manifestações mais comuns são edema, dor e rigidez das articulações. Menos frequentes são arritmias cardíacas, meningite, distúrbios neurológicos, incluindo paralisia, depressão e outros problemas psicológicos. Em mulheres grávidas, a doença pode causar a morte do feto e aborto espontâneo.

Diagnóstico e exames complementares da doença de Lyme

Existem análises de sangue que detectam a doença de Lyme, mas têm limitações, podendo levar meses até se obter um resultado positivo através da análises de anticorpos. Espera-se que esta situação se altere, pois estão em fase experimental algumas análises que parecem promissoras. Entretanto, é frequente chegar-se a um diagnóstico com base nos sintomas e nas probabilidades de exposição a picada de carraça.

Tratamentos médicos para a doença de Lyme

A doença de Lyme cura-se com antibióticos, sobretudo se for tratada na sua fase inicial, antes de ocorrerem complicações. No passado, os medicamentos mais receitados eram a penicilina ou a tetraciclina, mas a terapia corrente dá preferência à doxiciclina, uma tetraciclina mais rapidamente absorvida, ou à amoxicilina, um derivado da penicilina mais eficaz. A doxiciclina é mais utilizada, pois tem de ser tomada duas vezes por dia e provoca menos efeitos secundários gastrintestinais do que a amoxicilina, que tem de ser tomada três vezes por dia. Os casos mais graves, sobretudo os que afectam o sistema nervoso central, são tratados com ceftriaxone, um antibiótico novo, administrado através de injecção ou por via intravenosa.
O tratamento em casos de manifestações mais tardias e mais graves da doença é controverso e em geral mais prolongado e intensivo. Podem ser necessárias duas a quatro semanas de tratamento intravenoso com ceftriaxone ou penicilina G, sobretudo para tratar complicações do sistema nervoso central, como meningite. A terapia intravenosa pode ser feita no hospital, numa clínica em regime ambulatório ou em casa por um enfermeiro.
No passado, usava-se terapia intravenosa a longo prazo para tratar sintomas crónicos da doença, mas hoje a maior parte dos médicos desaconselha esta via.
Outros tratamentos médicos dependem dos sintomas. Por exemplo, a artrite resultante da doença de Lyme reage geralmente à aspirina, ao ibuprofeno e a outros anti-inflamatórios não-esteróides.
Os doentes com certos tipos de arritmias cardíacas podem ser tratados com medicamentos específicos; em alguns casos, pode ser necessário um pacemaker. A inflamação nos olhos é tratada com antibiótico em gotas oftálmicas e podem ser receitados antidepressivos.
Têm vindo a ser testadas vacinas contra a doença de Lyme. Se se revelarem eficazes, a doença passará a ser evitável.

A doença de Lyme e as medicinas alternativas

Fisioterapia. Um fisioterapeuta pode sugerir exercícios que mantenham a função e a mobilidade das articulações sem no entanto causarem lesões. Um terapeuta ocupacional pode ensinar novas formas de executar as tarefas diárias, de forma a minimizar a dor.
T’ai chi. Os movimentos do t’ai chi ajudam a manter a flexibilidade e proporcionam uma sensação de bem-estar.

Como prevenir o aparecimento da doença de Lyme?

Evitando picadas de carraças. Quando andar por áreas infestadas de carraças, use vestuário de cor clara, onde as carraças são mais visíveis, e pulverize-o com permetrina. Aplique um repelente de insectos adequado sobre a pele exposta. (Consulte o seu médico antes de usar repelente numa criança pequena, pois pode provocar convulsões.) Além disso, tente evitar andar em sítios onde haja mato e folhas em decomposição.
Tome um duche logo que possível depois de ter andado numa área onde se sabe haver carraças e em seguida examine-se com cuidado. Se encontrar uma carraça presa ao corpo, retire-a imediatamente, pegando-lhe com uma pinça o mais próximo da pele possível e aperiando-a ao de leve. Quanto mais cedo for removida, menor será o risco de transmissão da infecção. Coloque a carraça num recipiente fechado para que possa ser examinada se você vier a apresentar quaisquer sintomas.
Se tem gatos ou cães em casa, certifique-se de que todos têm coleiras anti-carraças e escove os animais de estimação com regularidade para eliminar quaisquer carraças.



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