Hipoglicemia, as causas e sintomas

A Hipoglicemia pode ser uma das complicações agudas da diabetes. Hipoglicemia significa glicose baixa no sangue. A hipoglicemia corresponde à descida da glicose no sangue abaixo de um valor considerado mínimo, que é de 60mg/dl. Já tivemos oportunidade de referir que as células do organismo se alimentam de glicose. A vida das células do cérebro depende, fundamentalmente, do fornecimento de glicose, e por isso, entram em sofrimento quando acontece a hipoglicemia, podendo dar origem a alterações graves. No entanto, o nosso organismo dispõe de mecanismos de compensação para se proteger dos perigos e para avisar o indivíduo da existência da hipoglicemia e da necessidade de a tratar com urgência. Esses mecanismos incluem a produção de determinadas hormonas como a adrenalina, o glucagon, o cortisol e outras, cujo objectivo é o de forçar o fígado a lançar as suas reservas de glicose’ na corrente sanguínea, compensando em parte a baixa de glicose no sangue.

Sintomas de hipoglicemia?

É uma situação que se estabelece rapidamente, em alguns casos sem aviso, mas a maior parte das vezes com sintomas como suores, palpitações, nervosismos, sensação de fome, perda de forças e modificações do comportamento simulando, muitas vezes, situações difíceis de enquadrar (por exemplo, estado de embriaguez, recusa de ingestão de açúcar ou/e de medição da glicemia capilar no sangue obtido por picada no dedo). Se a correcção da hipoglicemia não for feita com urgência, podem surgir dificuldades na fala, perdas de memória, confusão mental e visão desfocada.

Quais são as causas da hipoglicemia?

A baixa de glicose no sangue pode acontecer nos indivíduos portadores de diabetes quando a dose de insulina injectada é excessiva, acontecendo o mesmo com os comprimidos que se toma para baixar a glicose no sangue (antidiabéticos orais) ou por omissão de uma refeição; ou por ingestão insuficiente de hidratos de carbono (os hidratos de carbono são alimentos a que vulgarmente se chama farináceos) na alimentação diária; ou por actividade física intensa e inadequada; ou, ainda, por uma combinação de vários destes factores.

hipoglicemia

Como se trata a hipoglicemia?

O tratamento pode ser curativo e preventivo. O tratamento curativo deve fazer-se quando aparecem os primeiros sintomas de hipoglicemia e o doente está consciente, tomando açúcar pela boca, dois ou três pacotes ou torrões, ou um copo de alguma bebida que contenha hidratos de carbono de absorção rápida (sumos de frutas). Os sintomas devem desaparecer ao fim de 5 a 10 minutos. Será conveniente seguir a evolução da concentração de glicose no sangue, quando possível, através da medição da mesma em aparelho próprio. Nos casos de hipoglicemia grave, com diminuição de perda de consciência, que implique ajuda de terceiras pessoas, não se deve dar açúcar ou outros alimentos sendo necessário injectar uma ampola de glucagon, por via subcutânea ou intramuscular. Esta hormona vai fazer com que sejam lançadas no: sangue as reservas de glicose do organismo em poucos minutos. A seguir à recuperação da hipoglicemia, deve comer-se hidratos de carbono, como pão, por exemplo. Se a situação não reverter, o doente deve receber assistência médica imediata. Os antidiabéticos orais podem provocar hipoglicemias mais prolongadas.

Em qualquer dos casos pode ser necessário o recurso a um serviço de urgência. O tratamento preventivo é constituído por determinadas atitudes que devem ser cumpridas para prevenir a hipoglicemia, como sejam: cumprir os horários das refeições; nunca deixar de fazer uma refeição; ajustar as doses dos medicamentos (insulina e antidiabéticos orais) às necessidades do doente; fazer pequenas refeições constituídas por hidratos de carbono antes de exercícios não programados; fazer o autocontrolo glicémico sempre que tiver dúvidas em relação a uma possível hipoglicemia.

Mais vale prevenir do que remediar. Nunca se esqueça de trazer consigo o “seu amigo e salvador” açúcar.

Coma hipoglicémico

Trata-se de uma alteração do estado de consciência que pode evoluir para coma profundo e resulta de uma baixa acentuada de glicose no sangue (hipoglicemia). Quando acontece uma hipoglicemia, instala-se rapidamente uma falta de glicose nas estruturas nervosas, nomeadamente cerebrais. O coma hipoglicémico estabelece-se rapidamente, de uma forma brutal, e pode simular uma crise epiléptica. O diagnóstico é confirmado por uma glicemia muito baixa (muito abaixo dos valores normais).

Nos casos de hipoglicemia sem perda de consciência, pode tratar-se com açúcar (os pacotes necessários para trazer a glicemia aos valores normais). Confirmar sempre com a glicemia capilar. Depois de conseguir obter a glicemia normalizada, deve completar-se o tratamento com hidratos de carbono mais complexos como o pão, por exemplo. No caso de coma hipoglicémico, no qual o doente está inconsciente, não deve dar-se açúcar ou bebida açucarada porque pode ser aspirado para os brônquios. Neste caso deve aplicar-se glucagon por via subcutânea ou intramuscular, o qual vai aumentar a glicose no sangue, permitindo ganhar tempo para levar o doente a um serviço de urgência onde lhe será administrada uma infusão de glicose nas veias até normalização completa da situação. Passada a “tempestade”, convém reflectir sobre as razões que levaram a esta situação.



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