Cancro da Mama

O Cancro da Mama é um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário.
Um tumor maligno consiste num grupo de células alteradas (neoplásicas) que podem invadir os tecidos vizinhos e disseminar-se (metastizar) para outros órgãos do corpo. É mais frequente nas mulheres mas pode atingir também os homens.

Estrutura normal das mamas: As mamas são os órgãos responsáveis pela produção de leite. A mama feminina é formada por múltiplos lóbulos (unidades produtoras de leite), ductos (canais que ligam os lóbulos ao mamilo) e estroma (tecido adiposo e conjuntivo que rodeia e suporta os ductos, lóbulos, vasos linfáticos). Os músculos peitorais que
recobrem as costelas e que se situam abaixo da mama nãofazem parte dela. Nas mulheres, as mamas podem ter tamanhos, formas e consistências variadas e, durante a vida, mudam em função da idade, ciclo menstrual, gravidez,menopausa, uso de pílulas anticoncepcionais ou por factores hormonais.

O que é o Cancro da Mama?
O organismo humano é constituído por
triliões de células que se reproduzem peloprocesso de divisão celular. Em
condições normais, este é um processo ordenado econtrolado, responsável pela formação, crescimento e regeneração de tecidos saudáveis do corpo. Algumas
vezes, no entanto, as células perdem a capacidade de limitar e comandar o
seupróprio crescimento, passando então, a dividir-se e multiplicar-se muito rapidamente e de maneira aleatória. Como consequência dessa disfunção celular, isto é, desse processo de multiplicação e crescimento desordenado das células, ocorre um desequilíbrio na formação dos tecidos do corpo, no referido local, formando o que se conhece como tumor. O cancro da mama, muitas vezes, apresenta-se como uma massa dura e irregular que, quando palpada, se diferencia do resto da mama, pela sua consistência.

Tipos de Cancro da Mama:
É importante conhecer alguns dos termos utilizados para descrever os cancros damama, porque o tratamento e prognóstico variam de doente para doente e em função dotipo de tumor.
Adenocarcinoma: quase todos os tumores malignos da mama têm origem nos ductos ou nos lóbulos da mama, que são tecidos glandulares. Os dois tipos mais frequentes são o carcinoma ductal e o carcinoma lobular.
In situ: este termo define o cancro da mama precoce, quando se encontra limitado aosductos (carcinoma ductal in situ) ou lóbulos (carcinoma lobular in situ), sem invasãodos tecidos mamários vizinhos ou de outros órgãos.
Carcinoma ductal: o carcinoma ductal in situ CDIS é o tumor da mama nãoinvasivo mais frequente.
Praticamente todas as mulheres com CDIS podem ser curadas. A mamografia é o melhor método para diagnosticar o cancro da mama nesta fase precoce.
Carcinoma lobular in situ (CLIS): embora não seja um verdadeiro cancro, o CLIS épor é muitas vezes classificado como um cancro da mama não invasivo. Muitos especialistas pensam que o CLIS não se transforma num carcinoma invasor mas as mulheres com esta neoplasia têm um maior risco de desenvolver cancro da mama invasor.
Carcinoma ductal invasor (CDI): este é o cancro invasor da mama mais frequente. Tem origem nos ductos e invade os tecidos vizinhos. Nesta fase pode disseminar-se através dos vasos linfáticos ou do sangue, atingindo outros órgãos. Cerca de 80% doscancros da mama invasores são carcinomas ductais.
Carcinoma lobular invasor (CLI): tem origem nas unidades produtoras de leite, ou seja, nos lóbulos. À semelhança do CDI pode disseminar-se (metastizar) para outraspartes do corpo. Cerca de 10% dos cancros da mama invasores são carcinomaslobulares.
Carcinoma inflamatório da mama: este é um cancro agressivo mas infrequente,correspondendo a cerca de 1% a 3% de todos os cancros da mama.
Outros tipos mais raros de cancro da mama são o Carcinoma Medular , o
CarcinomaMucinoso, o Carcinoma Tubular e o Tumor Filoide Maligno, entre outros.
Sinais ou sintomas mais comuns no Cancro da Mama: O cancro, assim como outras doenças, frequentemente, apresenta sintomas que devemser observados. Por essa razão, pode-se dizer que, de certa forma, o diagnóstico começa com a
observação de qualquer alteração no funcionamento geral do organismo. O
cancro da mama pode apresentar diversos sintomas:
– aparecimento de nódulo ou endurecimento da mama ou de baixo do braço.
– mudança no tamanho ou no formato
da mama.
– alteração na coloração ou na sensibilidade da pele da mama ou da
auréola.
– secreção contínua por um dos ductos.
– retracção da pele da mama ou do mamilo.
– inchaço significativo ou retracção da pele.
O cancro da mama, quando no início, pode ser tratado antes que se espalhe, as hipóteses de cura são maiores, os tratamentos menos agressivos e não mutilantes. Portanto, ao sentir qualquer alteração em suas mamas, deve recorrer ao seu médico.

Como é feito o diagnóstico do Cancro daMama: É fundamental que o diagnóstico do cancro da mama seja feito o mais precocemente possível, pois isto aumenta as hipóteses de cura, evita que o cancro se espalhe(metastize) para outras
partes do corpo, favorecendo o prognóstico, a recuperação e a reabilitação. Para um diagnóstico precoce do cancro da mama, é necessário que todas as mulheres:
– Façam um auto-exame das mamas mensalmente, após o período menstrual
– Vão ao médico especialista em patologia mamária uma vez por ano
– Sejam integradas em programas de rastreioO exame clínico da mama pode confirmar ou esclarecer o seu auto-exame, e o médico especialista em mamas é a pessoa mais indicada para isso.
Como é feito o diagnóstico clínico
do cancro da mama?
Para fazer o diagnóstico, o médico submeterá a mulher a um cuidadoso exame clínico e fará algumas perguntas sobre a história familiar.
Palpação: Palpando a mama com as mãos, o médico poderá sentir a presença de um nódulo. Nestecaso, ele poderá solicitar alguns exames, tais como: Mamografia É o principal exame das mamas, realizado através de raios X específico para examinar as mamas. Como é muito preciso, permite ao médico saber o tamanho, localização e ascaracterísticas de um nódulo com apenas alguns milímetros, quando ainda não poderia ser sentido na palpação. Faça uma mamografia de
rotina sempre que solicitada pelo seu médico.
A Ultrassonografia (ecografia) complementa a mamografia e informa se o nódulo é sólido ou contém líquido (cisto). Citologia aspirativaPor meio de uma agulha fina e de uma seringa, o médico aspira certa quantidade delíquido ou uma pequena porção do tecido do nódulo para exame microscópico. Esta técnica esclarecerá se trata de um cisto (preenchido por fluido), que não é cancro,ou de um nódulo sólido, que pode ou não corresponder a um cancro.
Biopsia É o procedimento (cirúrgico ou não) para colher uma amostra do nódulo suspeito. O tecido retirado é examinado ao microscópio pelo patologista. Este procedimento permite confirmar se estamos perante um cancro da mama.
Receptores hormonais (estrógeno eprogesterona) São testes de laboratório solicitados pelo médico, caso o cancro seja diagnosticado durante a biopsia. Estes testes revelam se as hormonas podem ou não estimular o crescimento do cancro. Com esta informação, o médico pode decidir se é ou não aconselhável a indicação de um tratamento à base de hormonas. Esses
testes são feitos no tumor e a amostra é colhida durante a biopsia. Caso a biopsia detecte um tumor maligno, outros testes laboratoriais serão feitos no tecido para que se obtenha mais dados a respeito das características do tumor. Também serão solicitados exames (raio X, exames de sangue, ecografia, cintilograma ósseo, provas de função hepática etc.) para verificar se o cancro está presente em utrosórgãos do corpo. Todos os testes e exames solicitados pelo médico têm como objectivo avaliar a extensãoe o estádio da doença no organismo.

O sistema de estadiamento do cancro da mama leva em conta o tamanho do tumor, o envolvimento de gânglios linfáticos da axila próxima à mama e a
presença ou não de metástases a distância.
O cancro da mama é classificado em estádios: Estádio 0: Corresponde ao Carcinoma ductal in Situ; Estádio I: Quando o tumor tem até 2cm, sem qualquer evidência de se ter espalhado pelosgânglios linfáticos próximos; Estádio II: Inclui tumores de até 5cm, mas com envolvimento de gânglios linfáticos ou então, um tumor primário com mais de 5cm, sem metástases; Estádio III: Quando o tumor tem mais de 5cm e há envolvimento dos gânglios linfáticos da axila dolado da mama afectada; Estádio IV: Quando existem metástases distantes, como no fígado, ossos, pulmão, pele ou outras partes do corpo. Uma vez identificado o estádio, é possível ao médico planear o tratamento maisadequado.

Tratamentos utilizados no combate aocancro da mama: O cancro da mama tem boas opções de tratamento. A escolha depende de:
– do estádio da doença.
– do tipo do tumor.
– do estado geral de saúde da paciente.
O especialista em patologia mamária é a pessoa mais indicada para avaliar e escolher otratamento mais adequado a cada caso.
O cancro da mama pode ser tratado por meio de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, ou terapia hormonal. Dependendo das necessidades de cada paciente, o médico poderá optar por um ou pela combinação de dois ou mais tratamentos.
Cirurgia – é o tratamento inicial mais comum e o principal tratamento local. O tumorda mama será removido, assim como os gânglios linfáticos da axila (esses gânglios filtram a linfa que flui da mama para outras partes do corpo e é através deles que ocancro pode alastrar-se). Existem vários tipos de cirurgia para o cancro da mama, e eles são indicados de acordo com a fase evolutiva do tumor.
Tipos de Cirurgia: Os diferentes tipos de cirurgia usados no tratamento de cancro da mama são:
Tumorectomia – é a cirurgia que remove apenas o tumor. Emseguida, aplica-se a terapia por radiação. Às vezes, osgânglios linfáticos das axilas são retirados como medida preventiva. É aplicada em tumores mínimos.
Quadrantectomia – (tratamento que conserva a mama) é acirurgia que retira o tumor, uma parte do tecido normal que oenvolve e o tecido que recobre o peito abaixo do tumor. A radioterapia é aplicada após a cirurgia. É indicada no estádio I e II. Deve-se associara correcção plástica das mamas, para evitar assimetrias e cicatrizes esnecessárias.
Mastectomia simples ou total É a cirurgia que remove apenas a mama. Às vezes, no entanto, os gânglios linfáticos mais próximos também são removidos. É aplicada em casos de tumor difuso. Pode-se manter a pele da mama, que auxiliará muito a reconstrução plástica.
Mastectomia radicalmodificadaÉ a cirurgia que retira a mama, os
gânglios linfáticos das axilas e o tecido que reveste os músculos peitorais.
Mastectomia radicalÉ a cirurgia que retira a mama, os músculos do peito,
todos os gânglios linfáticos da axila, alguma gordura em excesso e pele. Este tipo de cirurgia é raramente realizado; é aplicado em tumores maiores, no estádio III.

Radioterapia – utiliza raios de alta energia que têm a capacidade de destruir as células cancerosas e impedir que elas se multipliquem. Da mesma forma que a cirurgia, a radioterapia é um tratamento local. A radiação pode ser externa ou interna.
Quimioterapia – é a utilização de drogas que agem na destruição das células malignas. Pode ser aplicada através de injecções intramusculares ou endovenosas ou por via oral.
Hormonoterapia – tem como finalidade impedir que as células malignas continuem a receber a hormona que estimula o seu crescimento. Esse tratamento pode incluir o uso de drogas, que modificam a forma de actuar dashormonas, ou cirurgia, que remove os ovários – órgãos responsáveis pela produçãodessas hormonas. Da mesma maneira que a quimioterapia, a terapia hormonal actua nas células do corpo todo. Reabilitação – vem auxiliar os métodos de tratamento para que a paciente tenha melhor qualidade de vida. É feita através da cirurgia plástica de reconstrução e dos serviços médicos de apoio (fisioterapia, psicologia
etc.) A importância do período de recuperaçãoO período de recuperação das doentes em tratamento é muito importante e varia deacordo com as características individuais, a extensão da doença e o tratamento recebido. A prática de exercícios físicos após a cirurgia ajuda a restabelecer os movimentos e arecuperar a força no braço e no ombro. Auxilia, também, na
diminuição da dor e darigidez nas costas e no pescoço. Os exercícios são cuidadosamente programados e devem ser iniciados logo que omédico permita, o que costuma ocorrer um ou dois dias após a operação. Inicialmente,os exercícios são suaves e podem ser feitos na cama. Gradativamente, passam a ser mais activos e devem ser incorporados na rotina diária. Após a mastectomia, o uso do soutien com prótese é aconselhável. A cirurgia plástica de reconstrução pode ser realizada imediata ou posteriormente. O seu médico auxiliaráas doentes nessa decisão.



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